" Ninguém fala dessa mãe orfã,essa mãe que é filha , também.
Com o rosto fugindo pelos braços e os pés já deslocados da infância.
A boca irradia-lhe a nudez, os ombros adoecem de ternura.
Um vento de mulher, de mãe, de filha-mãe,está doendo na língua, mas não sopra.
Lâmpada gasta, filamento frágil que quebrou uma extremidade.
Como os versos de um poeta, esta mulher é cria no seu próprio parto
ao fazer-se fêmea, amor, colheita.
Com a dor de quem deixou no tempo um fruto azul, uma boca solar,
esta mulher que já foi riso, árvore, boneca,
saúda as próprias mãos. E volta-se para recordar as coisas do futuro"
2 comentários:
Sabe que gosto em especial deste poeta, mas o Post está de muito bom gosto.
Parabéms
Beijo
Lindissimo poema! Gostei muito! embora atrasada deixo um beijo e desejo que todos os Dias sejam Feliz Dia da Mulher!
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