segunda-feira, 2 de março de 2009

Este poema dava um fado!




GAIVOTA MENINA

Minha gaivota menina,
minha menina do mar,
minha alga bailarina,
alecrim do meu olhar.

Minha gaivota menina,
minha vela de voar,
meu cheiro de cravo e canela,
açafrão do meu rendar.

Minha gaivota menina
com asas feitas de mar
minha traineira à bolina,
na esperança de navegar.


Minha gaivota menina,
meu chorão, minha saudade,
minha imagem de neblina,
meu grito de liberdade.

Minha gaivota menina
em funcho do mar deitada
minha arméria colorida
em praia branca alvorada

Minha gaivota menina,
meu coral de maresia,
minha traineira varina
de pregões e nostalgia.

Minha gaivota menina
de algas verdes perfumada,
meu búzio de eco perdido
no romper da madrugada.

Mariano Calado em NAU dos CORVOS
edição de autor

Foto de uma tela de Ana Horta, falecida na
curva ascendente da sua carreira promissora


2 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Pois encantou-me esta Gaivota menina.
Minha gaivota menina
de algas verdes perfumada,
meu búzio de eco perdido
no romper da madrugada.
Bonito mesmo. Mariano Calado? Não conhecia. Obrigada por trazê-lo.
Um abraço e

BC disse...

Poema à parte, porque já conheço, e nada de preocupações porque o tio não se importa, eu também lhe tiro alguns às vezes para publicar.________________

Queria fazer uma pequena referência ao lindo quadro da Ana Isabel,está espectacular e o teu gesto não foi menos espectacular.
Obrigada por essas partilhas bonitas.
Beijos também para vocês