quarta-feira, 11 de março de 2009

Homenagem a Manuel da Fonseca e ao seu (meu) Alentejo


Noite de sonhos voada

Noite de sonhos voada
cingida por músculos de aço
profunda distância rouca
da palavra estrangulada
pela boca amordaçada
noutra boca
ondas do ondear revolto
das ondas do corpo dela
tão dominado e tão solto
tão vencedor, tão vencido
e tão rebelde ao breve espaço
consentido
nesta angústia renovada
de encerrar
fechar
esmagar
o reluzir de uma estrela
num abraço
e a ternura deslumbrada
a doce funda alegria
noite de sonhos voada
que pelos seus olhos sorria
ao romper de madrugada:
— Ó meu amor, já é dia!...

4 comentários:

Baila sem peso disse...

Boa noite,

vim pelos passos de um amigo, visitar este cantinho.

não, não sou do Alentejo
mas tenho de lá uma costela
que me faz ser
sua devota cinderela...
nasci numa cidade
também junto do Tejo
e entre o Riba e o Além
fiquei a filha de alguém!

que ama e sente aquela "calma"
que lhe "invejo"!

Obrigada pelo que li...em boa hora aqui apareci!

Andradarte disse...

Gosta-se do Alentejo como se gosta de África. Eu gosto acima de tudo,
dos seus tintos. A foto é sua???
Linda, é mesmo Alentejo.
Beijo

Maysha disse...

Tambem eu vim pelos passos de um amigo visitá-la. E gostei. Posso voltar?

Desejo-lhe um mágico fim de semana e deixo um beijo de luz
Isa

Jorge P. Guedes disse...

Alcinda, um belíssimo poema de manuel da Fonseca, grande poeta do Alentejo mas não só.
Desse Alentejo que é um pouco de cada um de nós, não sendo pertença de ninguém.

Um abraço.