terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Natal na poesia Portuguesa

Natividade de Rubens


Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.

David Mourão Ferreira

3 comentários:

Andradarte disse...

Outra maneira....? de ver o Natal...
Um Santo Natal para si, na companhia
do Rui e restante família....Um Bom
Novo Ano 2011..
Beijos

Albertina Granja disse...

Alcinda
Que lindo poema este de David Mourão Ferreira..., lindo mesmo....
Aproveito para lhe desejar, a si e a toda a família, um Santo e Feliz Natal e que o Ano de 2001 seja com muita saúde e repleto de coisas boas.
Um Beijinho
Albertina Granja

Anónimo disse...

Lindo Poema.
FELIZ NATAL!
Para si. Para todos os seus.
Beijo.
isa.