domingo, 25 de abril de 2010

Vinte e cinco de Abril, sempre


ABRIL DE ABRIL
Manuel Alegre
30 Anos de Poesia
Publicações Dom Quixote

Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.

Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.

Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.

Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.

Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.

Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.

E é desta pureza original, aqui tão bem explicada , que nós temos saudades, não é? De qualquer modo,25 de Abril sempre...

6 comentários:

Manuela Freitas disse...

De facto assim é, desse tempo em que tive os mais lindos sonhos da minha vida!..
Mas...ABRIL SEMPRE!..
bJ,
Manuela

Andradarte disse...

Imagem pouco vista, e poema ainda
menos....mas belos...
Beijo

Unknown disse...

Conheci hoje o seu blog.
Sou do Brasil.
Viva o 25 de Abril!


Abraços de uma nova amiga brasileira.

Domenico Condito disse...

Última actualização do blog “Utopie calabresi”:
"Alegre tem cátedra em Pádua"
É inaugurada em Pádua a cátedra com o nome de Manuel Alegre, dedicada à língua, literatura e cultura portuguesas.

Abraço

Baila sem peso disse...

Seara ondulante, onde andas tu?
Eu só vejo chão árido, com fome
Um Abril que nos deu seu nome
E agora nas mãos, nos morre...

Sempre...naturalmente
a esperança do Abril que não mente!

beijo

Anónimo disse...

Outro dia em k li...mas ñ consegui deixar nada.
Beijo.
isa.