Bebido o luar
Sophia de Mello Breyner Andresen
Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por quê jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por quê o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por quê jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por quê o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.
4 comentários:
É verdade! Em sintonia!
Este poema é,tb.lindo!
Beijo.
isa.
Bom Fim de semana.
Beijo
A interrogação final de Sophia é terrível.
Vivamos o presente possível...
Bj
A bela e interrogadora poesia da nossa incomensurável Sophia, a melhor poetisa de sempre neste país.
Obrigado por a ter aqui trazido.
Um grande abraço.
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