terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Painéis de Nuno Gonçalves

Maravilha da Pintura Portuguesa do século XV, foram pintados por Nuno Gonçalves no segundo cartel do século. Durante centenas de anos estiveram perdidos e , portanto mal conservados até que Columbano Bordalo Pinheiro os descobriu no Convento de S. Vicente de Fora no ultimo cartel do secXIX, época em que começa a surgir o conceito de Museu, local de exposição pública de obras de arte.Esses paineis, seis da mesma altura ,com duas tábuas centrais e duas simétricas de cada lado têm sido alvo de numerosos estudos interpretativos e vale a pena pesquisar um pouco sobre isso. Actualmente, bem restaurados, estão no Museu de Arte Antiga.É do maior interesse visitá-los!
Também são chamados por alguns estudiosos por Painéis da Veneração, de acordo com uma das teorias interpretativas.
Para alguns estudiosos a figura central, de vermelho,é o Infante D.Fernando, o infante Santo, daí a designação de Painéis da Veneração.Para outros estudiosos esta figura é S. Vicente.
Claro que a identificação dos personagens também varia de acordo com as teoria interpretativas.
Depois há um sem número de mistérios nas figuras e algumas curiosidades.
Gostei de ter dado atenção a esta obra e recomendo-a!

3 comentários:

hironii disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
hironii disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Clemente Baeta disse...

Dá-se conhecimento da publicação do nosso livro "Os Painéis em Memória do Infante D. Pedro" que se encontra disponível em www.bubok.pt (pesquisar por “painéis”).

Defendemos nesta obra que os Painéis de S. Vicente de Fora foram executados em memória do infante D. Pedro, cuja imagem tinha sido denegrida pelos seus opositores logo a seguir à subida ao poder de D. Afonso V. Reflecte também o perdão mais tarde concedido por este rei aos partidários e familiares do antigo regente de Portugal falecido na batalha de Alfarrobeira

O facto de termos identificado uma série de indícios e pistas relacionados o Infante D. Pedro levou-nos a esta conclusão. Vejamos alguns:

•O “judeu” onde visualizamos um doutor em leis, beneditino, oriundo da Borgonha que só pode ser Jean Juffroy embaixador enviado pela duquesa D. Isabel com a missão, entre outras, de protestar contra o enterro vergonhoso dado ao corpo de D. Pedro, após o seu falecimento na batalha de Alfarrobeira. Chama-se a ainda atenção para o pormenor do indicador direito daquela personagem estar a apontar precisamente para o seu nome (em latim) no livro “ilegível”. A presença desta figura prova que os Painéis são uma evocação de D. Pedro, não havendo outra justificação para esta personagem estar ali.

•O caixão e o peregrino formam um conjunto cuja leitura nos conduziu também ao Infante: um caixão aberto a significar que apesar dos sucessivos enterros dos seus restos mortais, todos estes foram em vão; um peregrino idoso a simbolizar os anos e as viagens feitos pelos ossos de D. Pedro.

•A decifração no livro aberto do painel do Infante de uma pergunta “quem é o pai?” e a respectiva resposta “o pai…está à direita”, isto é, está a dar indicações ao observador da pintura onde se encontra o pai da rainha D. Isabel (a jovem), que localizamos na personagem com um joelho no chão do painel do Arcebispo.

•Uma proposta, praticamente inédita, para a figura santificada baseada nas cenas e interações que vemos nos painéis centrais

•E outros mais onde se incluem identificações para os seus familiares e apoiantes mais próximos.

A publicação deste trabalho visa contribuir e abrir novas pistas de investigação, de modo a se poder descortinar um pouco mais o mistério que envolve os Painéis de S. Vicente de Fora.

Cumprimentos

Clemente
(www.clemente-baeta.blogspot.com)