A todos os meus amigos o desejo de um novo ano muito próspero!
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
sábado, 26 de dezembro de 2009
domingo, 20 de dezembro de 2009
O Natal na poesia portuguesa
Matança dos Inocentes, presépio Machado de Castro
e lá está o feio bicho, o tal das tranças de que o poeta nos fala
História Antiga
Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava,reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E,na verdade,assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.
Mas,
Por acaso ou milagre,aconteceu
Que num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenino
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no Inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
Miguel Torga,Antologia Poética
e lá está o feio bicho, o tal das tranças de que o poeta nos fala
História Antiga
Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava,reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E,na verdade,assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.
Mas,
Por acaso ou milagre,aconteceu
Que num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenino
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no Inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
Miguel Torga,Antologia Poética
Presépio atribuido a Machado de Castro
Este presépio em terracota policromada é uma obra de referência nacional do século XVIII (cerca de 1782/83). Tem um total aproximado de 500 figuras e encontra-se montado numa estrutura de madeira e cortiça. Tal como nos outros presépios barrocos tem representados seis monumentos:a Natividade como cena central,a Adoração dos Reis Magos; a adoração dos pastores e populares,o Cortejo Régio, a anunciação aos pastores e a Matança dos Inocentes.
O espaço restante é preenchido por figuras do povo em cenas da vida quotidiana. Cinco nuvens estão suspensas com anjos e querubins.
A matança do porco, uma das muitas cenas da vida quotidiana representadas neste presépio de Machado de Castro da Basílica da Estrela.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
O Presépio da minha infância
Este é o presépio da minha infância! As suas figuras têm algo de naif nas formas e na cor.
Na escola ou em casa, quando havia as queridas figuras, lá íamos nós ao musgo para fazer o presépio!
Com algumas semanas de antecedência "semeávamos" as searinhas do Menino Jesus!
Dias depois as sementes do trigo germinavam e as searinhas enfeitavam muito o presépio e simbolizavam o pão e portanto a garantia de alimento todo o ano.
Não esquecíamos nunca de arranjar umas pedrinhas bonitas para fazer a gruta , simples e despojada onde o menino nasceu para nos salvar! As cores vivas e alegres das figurinhas transportam-nos a simples oleiros....
Outros presépios são obra de artistas! No seculo XVIII, Machado de Castro e António Ferreira fizeram lindos presépios de grande minúcia narrativa,onde toda a história bíblica é contada ao pormenor com delicadas e artísticas figuras muito bem feitas e pintadas!
Aprecio muito este trabalho artístico que podemos encontrar na Sé de Lisboa, Na Igreja da Madre de Deus , na Basilica da Estrela... mas sinto uma ternura e encanto quando olho para as figurinhas de cores vivas e formas imperfeitas que povoaram os meus presépios e se mantêm na minha memória afectiva!
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
sábado, 5 de dezembro de 2009
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Mensagem--- Fernando Pessoa
Se a alma que sente e faz conhece
Só porque lembra o que esqueceu,
Vivemos raça, porque houvesse
Memória em nós do instincto teu.
Nação porque reincarnáste,
Só porque lembra o que esqueceu,
Vivemos raça, porque houvesse
Memória em nós do instincto teu.
Nação porque reincarnáste,
Povo porque ressuscitou
Ou tu,ou o de que eras a haste-
Assim Portugal se formou.
Ou tu,ou o de que eras a haste-
Assim Portugal se formou.
Teu ser é como aquella fria
Luz que precede a madrugada,
E é já o ir a haver o dia
Na antemanhã, confuso nada.
Luz que precede a madrugada,
E é já o ir a haver o dia
Na antemanhã, confuso nada.
22-1-1932
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